Halloween
Ó bruxas do passado, por que tantos feitiços se fizeram desejos? Por que tantos amores perdidos e perfeitos, sob a sombra favorável de Yggdrasil, o sacro freixo, ditaram antigos segredos? Quando de seus olhos escuros e brilhantes viam-se flores belíssimas e fogueiras acesas para a noite de silêncios eleitos. O sagrado Samhain, céu primeiro. Halloween nesses dias contados e cheios. Robusta estrela queimando o céu de novembro inteiro, fala-me de um sangue guerreiro. Arqueja o inferno de gelo e uma claridade pulsante de verde, quando o fogo do meu peito é um vórtice do que amo e creio. Lateja a vontade do pessegueiro no fruto doce do pêssego. O sexo como um reino onde vivem os deuses. Então, por que tantos temores se fizeram ávidos companheiros, quando o sol úmido e quente de teus lábios é um destino inteiro? Fagulha incessante nos olhos do último mensageiro, quando o amor divino em seu alvo corpo era uma deusa em segredo. Por isso, dividas de outras vidas, estranhas armadilhas de sentires, promessas de um tempo estreito ainda conquistaram sonhos verdadeiros. Claro sol e espelho tombam na esfera de ser passageiro, e a palavra mergulha em meu coração que se não é vermelho, é negro. A luz eterna se solidifica nos olhos de quem amamos, sem medo.